Na beira do riacho, fico imóvel vendo as águas passarem no tempo que não volta.
Como o redemoinho das águas, que giram, batem nas pedras e apenas vão embora.
Penso que sou como a água, que roda, grita e luta, que quando acuada e destruída,
evapora e renasce como chuva.
Quantas vidas terei que ter em um minuto, se cada vez que penso em você eu morro?
Como a água, eu apenas passei na sua vida, você não bebeu de mim.
A gota de orvalho eterna dependurada na ponta do capim, sou eu a sua espera.
Não quero mais ser como a água, quero ser vinho.
O mesmo que enebria e conquista.
O mesmo que chama e vai buscar, seja o que for.
O que tem cor.
Que dizem ter um corpo que é infinito, mas breve.
Que tem sabor, que o tempo só melhora.
Não quero ficar imóvel se posso flutuar nas mentes em pensamentos, às vezes nada
ortodoxos.
Um portal de fantasias e desejos ocultos pela mansidão de um riacho.
Uma explosão de atitudes e buscas pela melhor forma de amor.
Quero meu tempo de volta.
Não quero ser água.
Não quero você.
Quero ser vinho!
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