Sobre morrer...
Sim, tenho medo, na verdade, pavor!
Quando se tira nossa ilusão de proteção, de estar tudo bem, tudo muda de figura.
Na verdade nunca estivemos protegidos, nunca estivemos imunes a nada, podemos
simplesmente tropeçar no tapete da sala, bater a cabeça e morrer, simples assim!
Agora, quando se tem um inimigo invisível, um predador voraz, você perde seu campo
de força imaginário.
Aquela autoconfiança boba, tão necessária, que não serve para nada, vira fumaça.
Você fica como um náufrago no espaço sideral, sem chão, sem onde se agarrar,
com medo de explodir, tendo a única certeza de que seu oxigênio vai acabar logo!
Com certeza um dia vamos morrer, mas ficar acuado, com medo da morte passar pela
fresta da janela, nunca imaginei, é uma experiência inédita para todos nós.
Eu ouvindo, And you and I, fica mais surreal ainda.
Nunca pensei estarmos tão perto da nossa extinção, nunca pensei ser tão fácil o fim.
Se aparecer algo mais forte, com certeza será nosso fim.
Bom repensar a vida daqui para frente e rápido, aquela relação confusa, o dinheiro do
banco, o que fazer daqui para frente, etc...
No meu caso, não vou fazer nada: nada que não me dê prazer, nada que não me dê alegria,
nada que não me dê vida, pois enquanto penso e respiro, ainda sonho, e sonhos não morrem!
Minha estrada é longa, e meu coração é novo, não vou me entregar tão fácil assim.
Que venham todos os sonhos e amores da vida, meu relógio não para, estarei sempre aqui.
Que boas novas se sobreponham as más.
Que a vida me leve em seu colo de luz, e que a morte não me alcance, não me veja entre
os canteiros.
Brotos de esperança não devem ser ceifados.
Volte mais tarde, estarei em casa!
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