Hoje ainda não matei ninguém, nem extorqui, pelo contrário
acho que meu chefe quer me matar!
A gente se dava tão bem.
Estamos sós.
Como que num lugar escuro, úmido, longe...longe...
Seria melhor dizer estou só.
Como num limbo, caindo, rodopiando e batendo nas paredes do abismo verde.
-Acho que o limbo é verde escuro, com um mesclado de cinza claro.
Aqui não poderei ouvir meus hinos, que merda!
Desperto dessa viagem com a cara no tapete verde, caí da cama de novo, e o
despertador ainda não parou de tocar.
Não tenho mais gás pra essas coisas.
Velhos hábitos, de velhas pessoas, não é uma coisa fácil de se mudar, nem tenho
onde ir.
Ainda espero por seres que flutuam e fazem coisas milagrosas.
Talvez vá até a esquina comprar pão, numa missão suicida.
Deixarei uma carta caso eu não volte.
Mas, quem irá lê-la? A vizinha me odeia, não dá nem uma rachadinha.
Vou levar meus cães de guarda para me proteger das sombras, eles as vêem.
O resto do mundo é cego, não enxergam as sombras.
Vou para a luz, onde seres galáticos me encontrarão.
Não posso ficar onde estou, ainda tenho medo escuro.
Por favor, uma Deusa linda me dê a mão, ou qualquer um serve.
Volto da padaria com o dever cumprido, os pães estão quentinhos, mas não
poderei comê-los.
Eles chegaram, finalmente vieram me buscar, não estarei mais sozinho, vieram
todos de branco, disfarçados.
Saudades do Kei-ros, minha conta do celular.
A vizinha perdeu essa.
Vou feliz para meu novo mundo, só não me deixaram levar meus cães de guarda!
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