sexta-feira, 30 de julho de 2021

Dona.

Às vezes ainda me pergunto se você realmente sentia o mesmo

frio na barriga, misturado com o rosto em brasa, como eu!

Se você tinha picos de adrenalina, misturado com toda sorte de pensamentos

quando olhava para mim, como eu sentia olhando para você!

Não sei se deveria ou é justo perguntar?

Não sei se era tudo verdade, ou tudo mentira.

Como saber?

Nunca mais existiu outra como você!

Acho que era isso que me fascinava, o seu gênio forte, sua independência.

Pensei estar feliz, me achei triste.

Me vi andando sobre nuvens, mas caí num abismo sem fim.

Como fazer a equação de tantos sentimentos de dor e alegria, vindos

de uma só pessoa?

Como sobreviver a tudo isso?

Não importa, tudo sempre acaba no carnaval.

Me vi liberto de minha amada dona.

E na quarta-feira me achei misturado com as cinzas!










domingo, 11 de julho de 2021

Imagem.

 Às vezes me fogem pensamentos  que não consigo conter nem 

evita-los de tê-los. 

Tenho medo que encontrem os seus!

Não sobraria nem uma linha reta para se seguir, só o eco de

um caminho muito gasto.

Corpos separados, braços esticados com dedos tentando tocar dedos

em mãos que se afastam e se perdem.

Tudo se perdeu por nada, em nada estamos, em sombras e redemoinhos 

de vozes caindo, caindo...

Um vento levou embora nosso momento, ficamos a deriva dos anos 

que nos traíram.

Uma imagem colada no cérebro, não posso mais voar sobre o muro, pois

tenho vertigens e passo mal.

Só a criança ainda brinca.

Só a criança ainda tenta.

Eu já não estou mais por aqui.

Corro atrás do vento e de uma imagem colada no cérebro!