Queria ter nascido velho.
Teria sofrido menos.
Teria amado muito mais.
Declame um poema para mim, que seja um dos meus.
Toda uma vida passada em um segundo, é muito tempo.
Cante uma música para mim, também das minhas.
Pois, sentirei saudades e ficarei triste e alegre ao mesmo tempo.
Mostre-me uma pintura minha, para eu lembrar o quanto excêntrico sou.
As pedras atrás de mim já estão muito gastas, não me siga para não cair em si mesmo.
Apenas voe sobre elas e siga seu próprio caminho.
Todos nós temos um.
Não sei se já sou um velho, ou um garoto que começa a ver sentido nas coisas.
Não importa.
O barco segue devagar no caminho traçado pelas estrelas.
Talvez eu ande sobre as águas ou pelo espaço, quem sabe?
Tudo é novidade, mas é aquela novidade de quando se é criança com cheiro
gravado na memória e tudo mais!
Sinto voltar em mim a euforia juvenil.
E pensar no quanto já vivi.
Nunca será mais a mesma coisa, e dai!
As flores que já estavam mortas no vaso murcharam e ficaram feias.
Amanhã colocarei novas flores mortas no mesmo vaso.
Tudo se repete sempre.
Tudo acontece conforme o que foi combinado previamente.
Não desta vez.
Alguém fugiu.
E uma criança chora no final da rua.
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