Hoje ainda não matei ninguém, nem extorqui, pelo contrário
acho que meu chefe quer me matar!
A gente se dava tão bem.
Estamos sós.
Como que num lugar escuro, úmido, longe...longe...
Seria melhor dizer estou só.
Como num limbo, caindo, rodopiando e batendo nas paredes do abismo verde.
-Acho que o limbo é verde escuro, com um mesclado de cinza claro.
Aqui não poderei ouvir meus hinos, que merda!
Desperto dessa viagem com a cara no tapete verde, caí da cama de novo, e o
despertador ainda não parou de tocar.
Não tenho mais gás pra essas coisas.
Velhos hábitos, de velhas pessoas, não é uma coisa fácil de se mudar, nem tenho
onde ir.
Ainda espero por seres que flutuam e fazem coisas milagrosas.
Talvez vá até a esquina comprar pão, numa missão suicida.
Deixarei uma carta caso eu não volte.
Mas, quem irá lê-la? A vizinha me odeia, não dá nem uma rachadinha.
Vou levar meus cães de guarda para me proteger das sombras, eles as vêem.
O resto do mundo é cego, não enxergam as sombras.
Vou para a luz, onde seres galáticos me encontrarão.
Não posso ficar onde estou, ainda tenho medo escuro.
Por favor, uma Deusa linda me dê a mão, ou qualquer um serve.
Volto da padaria com o dever cumprido, os pães estão quentinhos, mas não
poderei comê-los.
Eles chegaram, finalmente vieram me buscar, não estarei mais sozinho, vieram
todos de branco, disfarçados.
Saudades do Kei-ros, minha conta do celular.
A vizinha perdeu essa.
Vou feliz para meu novo mundo, só não me deixaram levar meus cães de guarda!
terça-feira, 31 de março de 2020
sexta-feira, 27 de março de 2020
Consequências.
Eramos todos tão jovens, senhores arrogantes da imaturidade.
Muita música, muita adrenalina, hormônios explodindo e um
nada de paciência.
Tudo resolvido rapidamente sem pensar nas consequências.
Consequências que depois vinham aos montes, e sempre ruins.
Poderíamos ter esperado um pouco mais, acho que você também
não queria o fim.
Um fim só sentido muito tempo depois, com uma cabeça fria e um
coração doído, muito tarde para se olhar para trás.
Mas, sempre voltamos a cabeça para um último olhar.
Como em queda livre, eu tinha que segurar a sua mão, e não o fiz.
Só vejo seu rosto se afastando, e eu no vazio, me espatifando na solidão.
Você se lembra, de como eramos perfeitos um para o outro?
Você se lembra, eu e você contra todas as probabilidades, só querendo
ficar juntos?
Eramos muita coisa para uma cidade tão pequena, foi tudo ótimo, até eu
fazer merda, não cabia ciúmes entre nós.
Hoje só lembro de você se afastando e da chuva, nós dois molhados no
meio da praça, sua mão escorregando da minha, e eu caindo...caindo...
Muita música, muita adrenalina, hormônios explodindo e um
nada de paciência.
Tudo resolvido rapidamente sem pensar nas consequências.
Consequências que depois vinham aos montes, e sempre ruins.
Poderíamos ter esperado um pouco mais, acho que você também
não queria o fim.
Um fim só sentido muito tempo depois, com uma cabeça fria e um
coração doído, muito tarde para se olhar para trás.
Mas, sempre voltamos a cabeça para um último olhar.
Como em queda livre, eu tinha que segurar a sua mão, e não o fiz.
Só vejo seu rosto se afastando, e eu no vazio, me espatifando na solidão.
Você se lembra, de como eramos perfeitos um para o outro?
Você se lembra, eu e você contra todas as probabilidades, só querendo
ficar juntos?
Eramos muita coisa para uma cidade tão pequena, foi tudo ótimo, até eu
fazer merda, não cabia ciúmes entre nós.
Hoje só lembro de você se afastando e da chuva, nós dois molhados no
meio da praça, sua mão escorregando da minha, e eu caindo...caindo...
sábado, 21 de março de 2020
Sem medo da chuva.
Hoje, quando fui pegar a correspondência na caixa de correio, por
uma fresta do portão, eu vi um homem que caminhava com muita dificuldade.
Ele andava devagar e mancava da perna esquerda, seus passos eram lentos e sofridos,
muito sofridos!
Via-se a dor do esforço em seu semblante; achou um cabo de vassoura encostado
no muro e fez dele sua bengala, uma pequena ajuda para uma ação tão dolorosa.
O homem, com certeza um mendigo, vestia uma blusa de capuz bem surrada, calça e
sapatos velhos rasgados, trazia também uma bolsa a tiracolo.
Um rosto sulcado e queimado num corpo magro que caminhava pela calçada, ele não
podia me ver de onde eu estava, mas eu tentava decifrá-lo.
O tempo estava ruim e começou a chover, fiquei feliz por logo a sua frente existir um
toldo de uma loja fechada, poderia se esconder da chuva e não seria incomodado.
Mas, para meu espanto, ele simplesmente deu uma olhada para cima, como se para confirmar
que estava chovendo, não tinha raiva em seu olhar, nem medo, nem nada!
Ele só olhou, e continuou a andar.
Mesmo sabendo que não tinha para onde ir, que não teria um banho quente, nem roupas limpas
e secas, que a chuva fria só pioraria suas dores e reumatismos, ele passou pelo abrigo como se
ele não existisse.
A expressão do seu rosto me dizia que aquilo não era nada, que ele estava em outro lugar, que seu
mundo não era aqui, ele não tinha medo da chuva, nem das dores, nem de nada.
Tive vontade de ir atrás dele e lhe fazer perguntas sobre tudo, mas logo percebi que eu não
teria capacidade de compreendê-lo, pois ele não tinha medo da chuva.
Aprendemos coisas novas o tempo todo, com pessoas, com a própria natureza, mesmo assim
ainda somos apenas como crianças no nosso universo e há um outro universo de coisas ocultas
aos nossos olhos.
Ainda prefiro só imaginar;
Quem seria este homem?
Será que tem família?
Tem algum dom especial?
É um bruxo?
Um Santo?
Ou seria apenas mais um homem?
Talvez eu esteja errado e ele tenha um lugar para ir, talvez ele esteja indo para minha imaginária
Cidade Das Nuvens, lá com certeza terá abrigo e tudo que precisar, e eu poderei falar com ele, pois
seremos iguais, e não teremos medo da chuva!
uma fresta do portão, eu vi um homem que caminhava com muita dificuldade.
Ele andava devagar e mancava da perna esquerda, seus passos eram lentos e sofridos,
muito sofridos!
Via-se a dor do esforço em seu semblante; achou um cabo de vassoura encostado
no muro e fez dele sua bengala, uma pequena ajuda para uma ação tão dolorosa.
O homem, com certeza um mendigo, vestia uma blusa de capuz bem surrada, calça e
sapatos velhos rasgados, trazia também uma bolsa a tiracolo.
Um rosto sulcado e queimado num corpo magro que caminhava pela calçada, ele não
podia me ver de onde eu estava, mas eu tentava decifrá-lo.
O tempo estava ruim e começou a chover, fiquei feliz por logo a sua frente existir um
toldo de uma loja fechada, poderia se esconder da chuva e não seria incomodado.
Mas, para meu espanto, ele simplesmente deu uma olhada para cima, como se para confirmar
que estava chovendo, não tinha raiva em seu olhar, nem medo, nem nada!
Ele só olhou, e continuou a andar.
Mesmo sabendo que não tinha para onde ir, que não teria um banho quente, nem roupas limpas
e secas, que a chuva fria só pioraria suas dores e reumatismos, ele passou pelo abrigo como se
ele não existisse.
A expressão do seu rosto me dizia que aquilo não era nada, que ele estava em outro lugar, que seu
mundo não era aqui, ele não tinha medo da chuva, nem das dores, nem de nada.
Tive vontade de ir atrás dele e lhe fazer perguntas sobre tudo, mas logo percebi que eu não
teria capacidade de compreendê-lo, pois ele não tinha medo da chuva.
Aprendemos coisas novas o tempo todo, com pessoas, com a própria natureza, mesmo assim
ainda somos apenas como crianças no nosso universo e há um outro universo de coisas ocultas
aos nossos olhos.
Ainda prefiro só imaginar;
Quem seria este homem?
Será que tem família?
Tem algum dom especial?
É um bruxo?
Um Santo?
Ou seria apenas mais um homem?
Talvez eu esteja errado e ele tenha um lugar para ir, talvez ele esteja indo para minha imaginária
Cidade Das Nuvens, lá com certeza terá abrigo e tudo que precisar, e eu poderei falar com ele, pois
seremos iguais, e não teremos medo da chuva!
Oferendas.
Eu te ofereço apenas um olhar perdido dentro dos teus olhos.
Não te cobrarei pedágio por passar por mim e fingir que não me vê.
Caminhos estranhos, que nos juntam e nos separam, e de repente nos colocam
frente a frente, numa colisão desejada.
Quero fazer parte da tua agenda, quem sabe tua lista de prioridades.
Penso em te dar rosas, ou meu coração numa caixa, mas talvez ele não sobreviva a tantas emoções.
Queria saber como te alcançar, sem ter que pular na frente do seu carro.
Queria te dar carinhos e afagos nunca antes dados à outra pessoa.
Queria te levar a lugares onde nunca estive, para conhecermos juntos.
Penso que gostaria de alguns poemas que fiz pra você.
Talvez seja tudo um grande engano, uma ilusão de um ser apaixonado.
Uma música toca em algum lugar, ela fala sobre nós, de um amor não nascido ainda.
De um caminho a ser trilhado a dois, de um sonho que se torne realidade.
Muitas coisas acontecem o tempo todo, quem sabe você também não esteja procurando
alguém como eu.
Quem sabe, forças do universo não estarão presentes no nosso próximo encontro, poderia
te dar muito mais que um olhar perdido.
Eu te ofereço tudo, e nada, mas você também terá de vir buscar!
Não te cobrarei pedágio por passar por mim e fingir que não me vê.
Caminhos estranhos, que nos juntam e nos separam, e de repente nos colocam
frente a frente, numa colisão desejada.
Quero fazer parte da tua agenda, quem sabe tua lista de prioridades.
Penso em te dar rosas, ou meu coração numa caixa, mas talvez ele não sobreviva a tantas emoções.
Queria saber como te alcançar, sem ter que pular na frente do seu carro.
Queria te dar carinhos e afagos nunca antes dados à outra pessoa.
Queria te levar a lugares onde nunca estive, para conhecermos juntos.
Penso que gostaria de alguns poemas que fiz pra você.
Talvez seja tudo um grande engano, uma ilusão de um ser apaixonado.
Uma música toca em algum lugar, ela fala sobre nós, de um amor não nascido ainda.
De um caminho a ser trilhado a dois, de um sonho que se torne realidade.
Muitas coisas acontecem o tempo todo, quem sabe você também não esteja procurando
alguém como eu.
Quem sabe, forças do universo não estarão presentes no nosso próximo encontro, poderia
te dar muito mais que um olhar perdido.
Eu te ofereço tudo, e nada, mas você também terá de vir buscar!
A fuga.
Você me cerca, mas não me leva.
Você me olha, mas não me fala o que quer.
Você me toca, mas não sente meu calor.
Talvez você seja apenas uma brisa que passa de tempos em tempos
pelo meu corpo, ou talvez um sonho que nunca termina.
Não sei o que pensar de mim mesmo, por ser essa pessoa tão dependente de caprichos
e vontades de outra criatura.
Aos poucos descubro que o amor é essa coisa cruel, que machuca, mesmo através de
um rosto angelical.
Asas!
Preciso de asas para fugir dessa ilha que você se tornou comigo dentro.
Um longo caminho até a saída, mas carinhos inesperados drenam minhas forças e eu
fico sem rumo quando você me olha através da minha alma e lê o que estou pensando.
Estou preso em correntes feitas por mim.
Tento te ignorar, mas nunca precisou me chamar duas vezes.
Talvez seja meu destino ficar sempre no teu compasso, o doce do perigo.
Mas, a sensação de viver na beira do teu abismo me fascina!
O bom da vida é vivê-la, penso numa fuga outro dia!
Você me olha, mas não me fala o que quer.
Você me toca, mas não sente meu calor.
Talvez você seja apenas uma brisa que passa de tempos em tempos
pelo meu corpo, ou talvez um sonho que nunca termina.
Não sei o que pensar de mim mesmo, por ser essa pessoa tão dependente de caprichos
e vontades de outra criatura.
Aos poucos descubro que o amor é essa coisa cruel, que machuca, mesmo através de
um rosto angelical.
Asas!
Preciso de asas para fugir dessa ilha que você se tornou comigo dentro.
Um longo caminho até a saída, mas carinhos inesperados drenam minhas forças e eu
fico sem rumo quando você me olha através da minha alma e lê o que estou pensando.
Estou preso em correntes feitas por mim.
Tento te ignorar, mas nunca precisou me chamar duas vezes.
Talvez seja meu destino ficar sempre no teu compasso, o doce do perigo.
Mas, a sensação de viver na beira do teu abismo me fascina!
O bom da vida é vivê-la, penso numa fuga outro dia!
Encantamentos.
Te ofereço apenas tua salvação!
Uma fuga.
As águas vermelhas do rio te levarão para longe da tua aldeia.
Tuas atitudes serão como as chamas do inferno, contra ti mesma.
Cala-te.
Cala-te.
Cala-te.
Leia-se: feitiço, as palavras ainda não faladas, mas escritas.
Vinho.
Engole tua língua e assenta-te sobre a laje fria.
Sal.
Cobra fugida do rio de lava, volta para o teu abismo.
Espinho de cacto.
Teu sibilar não será mais ouvido por ouvidos mortais.
Gota de sangue.
Sua humanidade está perdida para sempre.
Folhas de faia.
Que os Deuses sombrios te acolham e prendam no vale da perdição.
Que a luz dos justos te mantenham em sua toca, enquanto justiça houver.
Bruxa dos pântanos, tua inveja é teu maior inimigo.
Saliva.
Minha aura vai te purificar, talvez um dia volte a ter braços e pernas!
Uma fuga.
As águas vermelhas do rio te levarão para longe da tua aldeia.
Tuas atitudes serão como as chamas do inferno, contra ti mesma.
Cala-te.
Cala-te.
Cala-te.
Leia-se: feitiço, as palavras ainda não faladas, mas escritas.
Vinho.
Engole tua língua e assenta-te sobre a laje fria.
Sal.
Cobra fugida do rio de lava, volta para o teu abismo.
Espinho de cacto.
Teu sibilar não será mais ouvido por ouvidos mortais.
Gota de sangue.
Sua humanidade está perdida para sempre.
Folhas de faia.
Que os Deuses sombrios te acolham e prendam no vale da perdição.
Que a luz dos justos te mantenham em sua toca, enquanto justiça houver.
Bruxa dos pântanos, tua inveja é teu maior inimigo.
Saliva.
Minha aura vai te purificar, talvez um dia volte a ter braços e pernas!
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