Vem, beija-flor, beija minhas flores, enche a barriguinha e
vai te embora a procura de outro doce.
Sobe rápido a colina, passa chispando por entre os ramos e
some no mato.
De um verde azulado que é só seu.
Minha casa tem tramelas, quando começa a apagar as lamparinas
é porque já está amanhecendo e o galo canta lá no fundo do terreiro.
Começa outro dia, mais um dia de trabalho que vai demorar a passar.
Meus pensamentos me abandonam e vão atrás de ti.
Queria eu ir mais longe e ter o seu amor.
Queria eu ter mais coragem de olhar bem dentro dos teus olhos e
falar tudo, tudo...
Mas sou caipira, pego um boi à unha, mas não abro a boca.
Por isso, vou na missa e peço: minha nossa senhora, solta minha
língua e liberta meu coração.
Coração esse que é igual minha casa de tramelas, só abre e fecha
por dentro!
Nenhum comentário:
Postar um comentário