sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Inferno.

 Uma canção de ninar cantada baixinho, longe...longe...

Ela nos fala de lugares com montanhas impossíveis de serem escaladas,

a menos que se tenha asas.

Ou que se descubra suas cavernas profundas e sombrias, onde a voz da morte ecoa.

Que quando se chega lá, você se transforma, às vezes em camponês, outras vezes

guerreiro.

- Não pegue em armas contra teu irmão!

Um sino chama, mas para onde?

As pessoas o seguem, resignadas, arrastam seus machados.

O que virá agora?

Estamos muito cansados para levantar nossas armas.

Mas e os que se foram lutando a justa batalha?

Os que ainda estão sangrando, pedindo por ajuda?

A terra escarlate é a prova de tamanha covardia.

Que justificativa daremos aos que virão depois de nós?

O arauto da morte não serve mais como desculpa, fomos nós 

mesmos que o inventamos!

E ele se tornou voraz, cruel, medonho!

O vale da morte se abriu sob nossos pés, nossos pulmões queimam com 

uma morte lenta, mas e o ar?

Cadê o ar?

Ele fica só olhando, se divertindo com a situação.

Seu ódio queima a alma das pessoas.

Para deleite de seus seguidores, sim, ele os tem!

Seres medonhos, delinquentes, a ralé do ser humano.

Mas tão mortais quanto seu maldito mestre.

Ele é ser das trevas, suas maldades não tem fim!

Com sua faixa verde-amarela ele pode tudo!

Ele canta a sua canção de ninar grotesca, enquanto definhamos

e morremos bem devagarinho.

Então aparece alguém vestido de branco e diz: dorme, dorme criança,

quando acordar ainda estarei aqui!

E assim se passa mais um dia, no inferno!

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