Uma canção de ninar cantada baixinho, longe...longe...
Ela nos fala de lugares com montanhas impossíveis de serem escaladas,
a menos que se tenha asas.
Ou que se descubra suas cavernas profundas e sombrias, onde a voz da morte ecoa.
Que quando se chega lá, você se transforma, às vezes em camponês, outras vezes
guerreiro.
- Não pegue em armas contra teu irmão!
Um sino chama, mas para onde?
As pessoas o seguem, resignadas, arrastam seus machados.
O que virá agora?
Estamos muito cansados para levantar nossas armas.
Mas e os que se foram lutando a justa batalha?
Os que ainda estão sangrando, pedindo por ajuda?
A terra escarlate é a prova de tamanha covardia.
Que justificativa daremos aos que virão depois de nós?
O arauto da morte não serve mais como desculpa, fomos nós
mesmos que o inventamos!
E ele se tornou voraz, cruel, medonho!
O vale da morte se abriu sob nossos pés, nossos pulmões queimam com
uma morte lenta, mas e o ar?
Cadê o ar?
Ele fica só olhando, se divertindo com a situação.
Seu ódio queima a alma das pessoas.
Para deleite de seus seguidores, sim, ele os tem!
Seres medonhos, delinquentes, a ralé do ser humano.
Mas tão mortais quanto seu maldito mestre.
Ele é ser das trevas, suas maldades não tem fim!
Com sua faixa verde-amarela ele pode tudo!
Ele canta a sua canção de ninar grotesca, enquanto definhamos
e morremos bem devagarinho.
Então aparece alguém vestido de branco e diz: dorme, dorme criança,
quando acordar ainda estarei aqui!
E assim se passa mais um dia, no inferno!
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