terça-feira, 14 de julho de 2020

Nosso pé de Ameixa.

Ele existia na frente da nossa casa, perto do muro que fazia divisa
com a casa dos meus avós.
Quando frutificava, comíamos os seus frutos verdes mesmo, ninguém conseguia esperar madurar.
Já era velho, pois era grande, e a cada ano que passava diminuía seus frutos.
Grande amigo de nossas brincadeiras, desde pega-pega a esconde-esconde; quando
queríamos dar um susto em alguém, era só ficar imóvel em cima de seus galhos
esperando a vitima passar.
Jogávamos bolinha de gude sob sua sombra e construíamos castelos de terra com estradas
e fazendas com animais representados por chuchus, com pernas feitas com gravetos.
Eu e meus irmãos brincávamos empoleirados em seus galhos que nem macacos, pulávamos
dos galhos pro muro, do muro pro galho, de vez em quando alguém caía e se estropiava todo, mais
um motivo de gozação.
Éramos moleques mesmo, não era qualquer tombinho ou corte de caco de vidro que nos
impediam de brincar.
Acho que todos nós temos cicatrizes dessa época.
Hoje, quando vi uma foto minha com meus queridos irmãos, nós três sentadinhos e arrumadinhos
com nossas botinhas e roupinhas de sair sentados num banco na frente da Ameixeira, me deu
aquela pontada de saudade.
Saudades de um tempo feliz, da simplicidade das brincadeiras, do brilho que tínhamos nos
olhos e na alma.
Sinto falta do tempo dedicado uns aos outros, sinto falta até de nossas brigas de irmãos.
De qualquer forma, fico muito feliz com essas maravilhosas lembranças de nossa meninice
e do enorme patrimônio afetivo que sempre tivemos uns com os outros e ainda temos.
E o melhor de tudo, vivemos tudo isso juntos!

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