Esse ano vou te dizer, minha Primavera lá no canto da cerca está de parabéns.
Ela deu tanta flor nos seus galhos longos que está parecendo um buque de flores.
E com o capim bem verdinho em sua volta, a coisa só melhora.
Parece que Deus andou fazendo uma pintura por ali.
O vermelho da primavera com o verde do capim ficou tão bonito que até as azaléias
próximas se encheram de flores rosas, pura inveja.
Até o curririnha gostou da primavera e resolveu fazer seu ninho lá.
Mas passou um aperto quando seu filhotes já estavam empenadinhos, quase que
o tucano pega eles; se não fosse os espinhos da primavera, já tinham ido pro papo
do tucano.
Gavião também não chega ali, é muito fechado e protegido.
Eu gosto de me sentar na varanda e ficar observando as minhas plantas, os meus
bichinhos, as galinhas ciscando, pegando uma minhoca, um grilo.
Os pássaros que voam ao meu redor na sua busca diária por comida.
Na cisma dos meus cachorros quando fico muito pensativo.
Meu amor está lá na cozinha preparando alguma coisa gostosa pra gente comer,
o cheirinho já vai longe.
Penso na noite que vai chegar, aqui na roça com o céu sempre limpo, poder ver
o infinto e mais além pra quem acredita em Deus.
Tenho comigo que todos podem ver e perceber coisas lindas o tempo todo, como eu,
detalhes do dia a dia encobertos por hábitos modernos.
Pequenas grandes coisas que acontecem bem na frente de nossos olhos.
Mas é preciso que também a alma esteja preparada para vê-las.
O espirito tem de estar em sintonia com a natureza, senão tudo se perderá
quando você piscar!
Quando você descobrir que todas as coisas estão relacionadas umas com as outras de
alguma maneira, vai saber do que estou falando.
sábado, 18 de julho de 2020
terça-feira, 14 de julho de 2020
Nosso pé de Ameixa.
Ele existia na frente da nossa casa, perto do muro que fazia divisa
com a casa dos meus avós.
Quando frutificava, comíamos os seus frutos verdes mesmo, ninguém conseguia esperar madurar.
Já era velho, pois era grande, e a cada ano que passava diminuía seus frutos.
Grande amigo de nossas brincadeiras, desde pega-pega a esconde-esconde; quando
queríamos dar um susto em alguém, era só ficar imóvel em cima de seus galhos
esperando a vitima passar.
Jogávamos bolinha de gude sob sua sombra e construíamos castelos de terra com estradas
e fazendas com animais representados por chuchus, com pernas feitas com gravetos.
Eu e meus irmãos brincávamos empoleirados em seus galhos que nem macacos, pulávamos
dos galhos pro muro, do muro pro galho, de vez em quando alguém caía e se estropiava todo, mais
um motivo de gozação.
Éramos moleques mesmo, não era qualquer tombinho ou corte de caco de vidro que nos
impediam de brincar.
Acho que todos nós temos cicatrizes dessa época.
Hoje, quando vi uma foto minha com meus queridos irmãos, nós três sentadinhos e arrumadinhos
com nossas botinhas e roupinhas de sair sentados num banco na frente da Ameixeira, me deu
aquela pontada de saudade.
Saudades de um tempo feliz, da simplicidade das brincadeiras, do brilho que tínhamos nos
olhos e na alma.
Sinto falta do tempo dedicado uns aos outros, sinto falta até de nossas brigas de irmãos.
De qualquer forma, fico muito feliz com essas maravilhosas lembranças de nossa meninice
e do enorme patrimônio afetivo que sempre tivemos uns com os outros e ainda temos.
E o melhor de tudo, vivemos tudo isso juntos!
com a casa dos meus avós.
Quando frutificava, comíamos os seus frutos verdes mesmo, ninguém conseguia esperar madurar.
Já era velho, pois era grande, e a cada ano que passava diminuía seus frutos.
Grande amigo de nossas brincadeiras, desde pega-pega a esconde-esconde; quando
queríamos dar um susto em alguém, era só ficar imóvel em cima de seus galhos
esperando a vitima passar.
Jogávamos bolinha de gude sob sua sombra e construíamos castelos de terra com estradas
e fazendas com animais representados por chuchus, com pernas feitas com gravetos.
Eu e meus irmãos brincávamos empoleirados em seus galhos que nem macacos, pulávamos
dos galhos pro muro, do muro pro galho, de vez em quando alguém caía e se estropiava todo, mais
um motivo de gozação.
Éramos moleques mesmo, não era qualquer tombinho ou corte de caco de vidro que nos
impediam de brincar.
Acho que todos nós temos cicatrizes dessa época.
Hoje, quando vi uma foto minha com meus queridos irmãos, nós três sentadinhos e arrumadinhos
com nossas botinhas e roupinhas de sair sentados num banco na frente da Ameixeira, me deu
aquela pontada de saudade.
Saudades de um tempo feliz, da simplicidade das brincadeiras, do brilho que tínhamos nos
olhos e na alma.
Sinto falta do tempo dedicado uns aos outros, sinto falta até de nossas brigas de irmãos.
De qualquer forma, fico muito feliz com essas maravilhosas lembranças de nossa meninice
e do enorme patrimônio afetivo que sempre tivemos uns com os outros e ainda temos.
E o melhor de tudo, vivemos tudo isso juntos!
sexta-feira, 3 de julho de 2020
Misericórdia.
Perdidos na noite fria, vagamos sem rumo.
Não temos para onde ir.
Lugares e cantos já estão cheios de pessoas como nós.
Somos apenas pessoas esquecidas pela sociedade.
Um lixo humano, para alguns.
Só contamos com nós mesmos.
A fome nos acompanha à noite toda.
A madrugada úmida entorpece.
Doí tanto que às vezes mata.
Escuto vozes nas casas iluminadas.
Nos olham por frestas das janelas.
Risos de deboches.
Como podem?
Esquecidos nas ruas, só queremos misericórdia!
Enfim amanhece, agora só quero alguma coisa que me faça esquecer quem sou.
Misericórdia!
Não temos para onde ir.
Lugares e cantos já estão cheios de pessoas como nós.
Somos apenas pessoas esquecidas pela sociedade.
Um lixo humano, para alguns.
Só contamos com nós mesmos.
A fome nos acompanha à noite toda.
A madrugada úmida entorpece.
Doí tanto que às vezes mata.
Escuto vozes nas casas iluminadas.
Nos olham por frestas das janelas.
Risos de deboches.
Como podem?
Esquecidos nas ruas, só queremos misericórdia!
Enfim amanhece, agora só quero alguma coisa que me faça esquecer quem sou.
Misericórdia!
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