terça-feira, 10 de maio de 2022

Ontem foi dia das mães.

Ontem foi dia das mães.

Daquelas que morrem no parto.

Que perdem seus filhos ao nascer.

Que perdem seus filhos para vida.

Que não tem mais lágrimas.


Hoje é dia das mães.

Daquelas que levam seus filhos no shopping.

Que os perdem de vista, porque estão mexendo no

celular com futilidades.

Que só pensam em si mesmas.

Que idolatram os filhos e os criam como eternos bebês,

que não saberão viver a própria vida.


Amanhã é dia das mães.

Daquelas que ainda não pariram.

Que não sabem das dores e sofrimentos que irão passar.

Que não sabem da doçura e da alegria 

de ser mãe.



sábado, 7 de maio de 2022

Vivendo a poesia

Pensamentos me invadem

sonhos escapam para a paisagem

e o que sou é a realidade.

Não queria ser real.

Gostaria de fazer parte dos sonhos

Talvez um vilão, um herói

um peregrino a caminhar sob nuvens. 

Ser nada é minha fraqueza e minha vantagem. 

Sendo nada, sou tudo

porém tudo que posso ser me apavora. 

Mesmo vivendo no espectro do medo, ainda procuro a luz do dia.

Onde está meu sol?

Esta estrela esguia. 

Que só surge por um momento, para logo desaparecer 

no luar de minha melancolia. 

Triste sina dos poetas, que a quatro mãos se atrapalham 

se perdem em frases confusas 

e dão boas risadas no final. 


A&H

Esperar enlouquece

Meu olhar te procura na luz fugidia da tarde.

Ah! Se o olhar bastasse!

Mas o que quero é que você me encontre por entre as árvores.

Não estou fugindo, só te provocando.

Venha logo, pois a espera por seus beijos me enlouquece.

Venha, venha veemente.

Quero um trocar de olhares, ardente 

um conhecimento que só a carne entende.

Carne fraca, pois não! Porque me deixo levar por seus encantos

tão facilmente.

Onde queres me levar?

Será esse mais um desejo vão?

Pelo menos há destino para essa pulsão.

Um caminho sofrido e perigoso, onde me perco em suas curvas.

Mas o que tenho a perder senão um par de olhos à minha procura no

meio das árvores!


A&H

sexta-feira, 6 de maio de 2022

Evolução.

Sinto que estou perdendo a coerência das coisas.

Meu sofrimento pelas angústias das outras pessoas só tem aumentado,

quanto maior a proximidade, maior a dor!

Fico mais pesaroso pelos jovens e suas frustrações, seus enigmas e

sua fé em nada.

Gostaria de não ter essa empatia que pesa na alma e deixa 

calejado o corpo.

Gostaria de pensar só em mim mesmo, nos meus próprios problemas.

Felizmente não consigo!

A evolução não permite retrocessos egoístas e bárbaros.

As pessoas tem de estar minimamente em sintonia com Deus!

Ser humano requer humanidade, coerência, empatia com o outro.

Estou no meu último ciclo da vida.

Vida medíocre como todo mundo?

-Sim.

Poderia ter feito mais?

-Muito mais.

Mas espero ter agido bem em minha passagem pelo planeta,

não fui uma pessoa má, nem boa!

Então?

Agora sou a morte.

A libertação.

A evolução.