Fuga

Já que colocaram um oceano entre nós, vamos juntos navegar nele.
Sobre um mar azul, de estrelas cintilantes, e uma lua cúmplice.
Só eu, na brisa salobra, terei seu beijo doce.
Podemos sempre ser mais que amigos, sempre que quisermos agora.
Não podemos esquecer de onde viemos.
Mas isso não nós torna escravos do tempo, não mais.
Estamos livres...livres como nunca antes, em nossas vidas.
Somos donos de nossos destinos, me diga, aonde quer ir, e eu te
levarei até lá.
Deslizaremos sobre as águas azuis, como se estivéssemos voando em
um barco alado, velas que se transformam em asas, tudo é possível.
Nunca mais teremos medo.
Medo do escuro, do amanhecer.
O caminho está livre, para onde iremos?
Podemos navegar para sempre, ou simplesmente, parar numa ilha e ficar
lá, só ficar.
Sem pressa, sem culpa, nunca mais.
Agora temos um oceano de tempo...tempo de alegrias!

O paraíso é no fim da rua.

Só falta você acordar e vir me buscar.
É tudo tão vago, tão grande, me sinto pequeno diante da situação.
Quem disse que tinha que ser desse jeito.
E, se mudarmos a música? Vou chorar menos?
O paraíso é no fim da rua.
Então vamos, eu tenho a chave.
Passos largos para a ilusão.
Sonhos revelados em longos beijos.
Palavras sussurradas de uma voz macia e quente.
Sim o paraíso é aqui.
Então, aí você acorda no outro dia e está tudo errado tudo torto,
palavras, muitas palavras, atiradas como setas.
E feridos, seguimos por caminhos diferentes.
Quem poderia imaginar que tudo isso poderia algum dia terminar.
Marcando a fogo um coração, como esquecer?
O paraíso é no fim da rua.
É lá que tudo acontece, bom ou ruim, é lá.
Se pudesse voltar atrás.
Se tivesse pensado melhor.
Se tivesse perdoado.
Hoje há tantas respostas, tudo parece fácil.
O paraíso é no fim da rua.
E eu tinha a chave!