Me vejo numa estação de trem abandonada no meio do deserto.
Mesmo assim eu ainda ouço.
Mesmo assim eu ainda sinto.
Fecho meus olhos e te vejo ainda, meio que sorrindo, meio que fantasiando.
Acho que pegou essas manias comigo.
Talvez eu tenha te ensinado a voar, assim como você me ensinou a sonhar e amar.
Nossa ligação sempre foi muito forte.
E ainda é!
Mesmo o tempo não tem o poder para desfazer certos encantamentos, que às vezes
acontecem as pessoas.
Mesmo sendo apenas um eco em meus ouvidos, uma sombra para meus olhos.
Mesmo assim eu ainda sinto.
Mesmo assim eu ainda ouço.
Quisera eu nunca ter sentido nada ou ter visto todo o amor do mundo em teu rosto.
O sofrimento que fica é imenso, insuportável.
A saudade que tenho de você não pode ser medida.
Você partiu sem se despedir, não podemos nem ao menos nos beijar, dizer adeus.
Não foi justo para nós.
Nunca nada foi justo para nós.
Agora estou numa estação de trem no meio do deserto, frio, solidão e lembranças são meus
companheiros de viagem.
A estação é só uma pequena casa apodrecida e caindo aos pedaços em frente aos trilhos.
Assim como minha coragem por continuar a viver sem o meu grande amor.
O trem não tardará, minha passagem já está comprada, não terei medo de embarcar nessa viagem,
pois meu destino é você.
O mesmo trem que levou você me levará também, isso parece justo, até poético.
Só que desta vez ficaremos juntos para sempre!